Para evitar vítimas fatais e feridos, como ocorreu este ano no Rio de Janeiro, o Ministério de Ciência e Tecnologia lançará, até novembro, o Sistema Nacional de Alerta de Desastres Naturais, para atuar em 40 a 100 municípios brasileiros, que já tenham o mapeamento de risco de deslizamentos e inundações. Para Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisas e Desenvolvimento do MCT, a meta mais desafiadora é implementar o sistema em todo país, em quatro anos
O Governo Federal deu início à criação do Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres Naturais, a fim de reverter o despreparo na prevenção das consequências letais, como ocorreram após os deslizamentos na serra fluminense, no início deste ano. “A primeira etapa do sistema deverá entrar em funcionamento antes de novembro, quando haverá inaugurações em municípios que tenham mapeamento de riscos de deslizamento e inundações, em escala de qualidade. A nossa estimativa é que sejam atendidas entre 40 e 100 cidades”, explica Carlos Nobre, atual secretário de Políticas e Programas de Pesquisas e Desenvolvimento do MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia, que coordena a iniciativa, e conselheiro do Planeta Sustentável.
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Enchente São Luiz do Paraitinga em 2010. |
O sistema não deverá depender de ações isoladas. Radares metereológicos serão equipamentos fundamentais e terão de ser importados porque o Brasil ainda não produz. Antes de novas aquisições, serão utilizados recursos já disponíveis na Aeronáutica e do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia.
“O supercomputador, recém-adquirido pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais é parte fundamental, nas previsões de tempo com até 72h de antecedência à chuva intensa em área de risco”. Nobre explica que será fomentada a capacitação de novos profissionais no setor de geologia, hidrologia e desastres naturais. “Teremos de apelar ao sistema universitário induzir para o trabalho”.
Segundo o secretário, o mais complexo será a conclusão do sistema em todo país, com meta estimada em quatro anos. “A maior parte das áreas de risco ainda não foi mapeada pelo Serviço Geológico do Brasil, órgão do MME – Ministério das Minas e Energia.
“Esse trabalho deverá envolver muitos geólogos, num esforço nacional. A parte mais desafiadora é avançar na padronização dos mapas. Nossa meta é que esse sistema salve vidas e evite feridos, mas os prejuízos materiais infelizmente continuarão acontecendo”, alertou Nobre.
De acordo com Nobre, historicamente, a Defesa Civil atua de forma reativa no país, como se os fenômenos climáticos fossem algo imprevisível. “Como vimos na região serrana do Rio, hoje a atuação não é preventiva, mas para aliviar a dor das vítimas e auxiliar na reorganização e construção das áreas atingidas”.
Na avaliação preliminar do secretário, trabalhos de mapeamento mais adiantados se encontram em metrópoles como São Paulo, em que o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas mapeou, recentemente, mais de 400 áreas de risco, em levantamento encomendado pela Prefeitura, como também no município do Rio de Janeiro.
Fonte: Planeta Sustentável - 02/03/2011
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